Como estruturar a governança corporativa em empresas familiares?
Os desafios administrativos de empresas familiares, muitas vezes, são maiores do que aqueles enfrentados por companhias que não mantêm esses laços. Isso porque costumam surgir conflitos relacionados aos mais diferentes aspectos, como direcionamento do negócio, participação nos lucros, disputas por lideranças, entre outros.
Nesse sentido, a governança corporativa se torna indispensável, já que ela traz propósitos de gestão que estão acima dos interesses pessoais.
De maneira geral, a governança corporativa inclui uma série de medidas dirigidas aos sócios, gestores, diretores e conselheiros da empresa. Com todas as ideias e interesses alinhados, a administração de quaisquer tipos de companhia, sejam elas familiares ou não, torna-se mais objetiva e otimiza o valor da organização.
E para você que tem interesse no assunto, neste post trazemos os benefícios que podem ser conquistados a partir desse tipo de administração, além das diretrizes e práticas que regem a governança corporativa e que podem contribuir para a gestão eficiente das empresas familiares. Confira!
Benefícios da governança corporativa
Antes mesmo de entender os processos que regem a governança corporativa, é interessante conhecer quais são as principais conquistas a serem alcançadas nas empresas familiares com a adoção de determinadas práticas. Entre as vantagens, podemos destacar:
- criação de regras que viabilizam a continuidade da empresa;
- ambiente confiável para a realização de negócios;
- interesses da empresa em primeiro lugar;
- agilidade para a resolução de crises;
- atração de novos investimentos.
O objetivo de qualquer empreendedor é o seu negócio ter continuidade ao longo dos anos. Mesmo que precise passar por reestruturações, enfrentamento de crises e mudanças de gestão, a preservação do patrimônio particular e a perenidade da empresa estarão sempre em primeiro lugar no dia a dia do empresário.
Justamente por isso, a criação de regras que determinem os rumos da empresa são necessárias e importantes para a manutenção de uma boa governança. Outro fator essencial é o oferecimento de um ambiente propício e confiável para a realização de negócios.
O estabelecimento de normas e condutas, então, torna-se imprescindível para a condução da empresa, evitando possíveis inseguranças tanto jurídicas, quanto financeiras.
É natural que cada gestor e conselheiro tenha uma opinião acerca dos rumos que o negócio poderá seguir. No entanto, essas diferentes visões podem acarretar uma série de problemas que vão contra os interesses da companhia como um todo.
Uma companhia que prioriza a transparência, gestão organizada e responsabilidade corporativa, naturalmente, atrairá novos investimentos e parcerias que poderão ajudá-la a crescer. E, para se chegar a esse nível de administração, os princípios abaixo deverão fazer parte da cultura organizacional aplicada no dia a dia dos negócios.
Responsabilidade corporativa
Este conceito está relacionado à importância que os agentes de governança têm para o negócio. Afinal, são eles os responsáveis pela manutenção econômico-financeira que mantém a empresa em pleno funcionamento e, de acordo com o modelo de negócios criado, estão a todo o tempo cuidando para que externalidades não afetem as operações a curto, médio ou, mesmo, a longo prazo.
A responsabilidade corporativa também diz respeito à imagem que a empresa quer transmitir à sociedade, seja por meio de suas ações, seja por valores e/ou compromissos. Nesse sentido, é preciso ter uma visão ampla sobre a presença empresarial não apenas no mercado, mas junto à comunidade.
A integração de políticas econômicas, sociais e ambientais faz parte desse pacote de medidas que a empresa estabelece em seu modelo de negócios, visando responsabilidade corporativa.
Essas preocupações incluem atenção ao desenvolvimento dos colaboradores, sempre prezando pela diversidade, inclusão, saúde, segurança e treinamentos adequados. Além de pautar suas atividades respeitando a comunidade na qual a empresa está inserida e também o meio ambiente.
Prestação de contas
Independentemente do modelo de governança escolhido, a prestação de contas é um assunto importante e que costuma acarretar sérios problemas quando não é feita de forma clara. O termo, também conhecido como accountability, significa um princípio de transparência que administra, planeja e controla o desempenho econômico-financeiro da empresa.
Os agentes de governança são os responsáveis pela prestação de contas de forma clara, objetiva e compreensível, sem omitirem quaisquer situações que possam ser perigosas ou causar prejuízos, mesmo que a longo prazo.
Com isso, eles assumem papéis importantes, que trazem responsabilidades e também consequências quando não cumpridos integralmente, da forma que tiver sido estabelecida pela governança.
Transparência
Para que haja uma boa relação entre todas as partes que compõem a empresa, tais como fundadores, familiares, gestores, acionistas, investidores e funcionários, todas as ações precisam ser pautadas pela transparência.
Isso não significa que apenas assuntos financeiros precisam estar às claras, pelo contrário, tudo o que diz respeito a processos e tomadas de decisões precisam ser conhecidos e, às vezes, discutidos.
Os princípios da governança corporativa estabelecem critérios de transparência e responsabilidade que garantem o bom funcionamento do negócio. Levando em consideração que parte dos conflitos existentes em uma empresa familiar se dá por conta do direcionamento, esse tipo de administração se mostra eficiente para o estabelecimento de uma disciplina.
Equidade
O princípio da equidade revela a importância de se tratarem todos os membros da empresa de forma justa e isonômica. Todos apresentam seus papéis, direitos, responsabilidades e expectativas. Então, nada mais justo do que manter uma relação igualitária e sem discriminação, para que, no final, todos possam colaborar para a fluidez da companhia.
A governança corporativa vai muito além de uma estratégia que pode ser adotada para os negócios. Ela é uma cultura facilmente assimilada por todos que fazem parte do ambiente corporativo familiar, mesmo por aqueles que não têm papéis de gestão.
A partir do estabelecimento e respeito de uma hierarquia clara, formação de um conselho consultivo que possa ajudar na tomada de decisão, o estabelecimento de normas que vão conduzir os negócios e o acompanhamento rigoroso dos projetos, as divergências de interesses serão praticamente anuladas, enquanto que a boa gestão prevalecerá.
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